sexta-feira, 11 de abril de 2008

SONETO DE SEPARAÇÃO

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o encanto.

De repenteda calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
Edo momento imóvel fez-se o drama.

De repente,não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Faz-seda vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinícius de Moraes

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